Provas de Função Respiratória
As técnicas mais utilizadas pelo Cardiopneumologista num Laboratório de Fisiopatologia Respiratória são:
Volumes, débitos, capacidades, pressões e resistências pulmonares:
Espirometria
Pletismografia corporal total
Métodos de diluição de gases
Capacidade de transferência alvélo-capilar
Oscilometria de impulso
Oclusão intermitente
Estudo das pressões musculares respiratórias
Estudo do controlo da ventilação
Rinomanometria
Estudos de broncomotricidade
Gasimetria arterial
Oximetria transcutânea
Teste de exercício cardiopulmonar
Estudos do Sono/Polissonografia
Níveis I, II e III
Avaliação e titulação de terapêutica com ventilação não invasiva
Avaliação e adaptação de ventiloterapia não-invasiva
Ensino de aerossoloterapia
Avaliação e titulação de oxigenoterapia
Teste de Simulação de Hipóxia em Altitude
O Cardiopneumologista assume um papel fundamental no laboratório de função respiratória, uma vez que é o profissional responsável pela execução de todos os exames de diagnóstico, desde a avaliação inicial do doente, à realização de todas as técnicas, de acordo com a prescrição médica e indicação clínica. Durante a realização de exames no laboratório de função respiratória é necessário a colaboração máxima do doente e cabe ao cardiopneumologista incentivar e motivar o doente para cumprir os critérios de qualidade, de extrema importância na realização destes exames. É ainda da responsabilidade do cardiopneumologista a interpretação elaboração do relatório técnico dos exames que executa.
Polissonografia
A polissonografia é uma técnica que consiste no registo, análise e interpretação de parâmetros fisiológicos (neurofisiológicos e cardiorespiratórios), colhidos simultaneamente num laboratório do sono, para poder detectar distúrbios durante o sono.
Este estudo pode ser de 3 tipos: estudo de diagnóstico, estudo terapêutico e estudo split-night (neste caso o diagnóstico efectua-se na primeira parte da noite e a terapia aplica-se, se necessário, no resto da noite).
O Cardiopneumologista recebe o doente aquando da sua chegada ao laboratório, explicando o tipo de exame a que vai ser submetido, e questiona-o sobre alguns aspectos do seu historial clínico (sintomas sugestivos da doença, padrão de sono e vigília, horário laboral e hábitos alcoólicos e medicamentosos). Para a avaliação da hipersonolência diurna o doente preenche habitualmente um questionário padronizado, sendo o mais utilizado a Escala de Sonolência de Epworth. Posteriormente procede à monitorização do doente para registo de electroencefalograma (EEG), electrooculograma (EOG), electromiograma (EMG), fluxo aéreo oronasal, movimentos toracoabdominais, saturação de oxigénio, ECG, posição corporal e ronco. Quando é confirmado o diagnóstico de Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) na primeira parte da noite, pode iniciar-se a terapêutica com pressão positiva contínua (se pedido pelo clínico). Adapta-se o paciente ao ventilador; o ar passa através de um tubo e máscara nasal ou oronasal, com o objetivo de manter a via aérea permeável durante o sono. O modo ventilatório e pressões ideais (CPAP/BPAP ou outros) vão sendo aferidos ao longo da noite, nas diferentes fases de sono e posições corporais, até à ausência de eventos patológicos, estando neste momento com os parâmetros indicados para utilização no domicílio.
Cardiopneumologista num laboratório de função respiratória e sono
O Cardiopneumologista que trabalha num laboratório de função respiratória e sono tem como funções avaliar, executar, interpretar e controlar os registos, ser independente e autónomo na execução dos exames, bem como na elaboração do relatório técnico com a caracterização da alteração funcional e do registo das condições de realização do exame segundo protocolo estabelecido pelo serviço de hierarquização da complexidade dos exames.
Deve ser também responsável pela calibração, pela aplicação dos critérios de qualidade na realização dos exames preconizados, responsável pela gestão, manutenção e stock de todo o material necessário.
Deve possuir bons conhecimentos de anatomia, fisiologia bem como conhecimentos na área de química, física, microbiologia, psicologia e técnicas laboratoriais.
Como faz parte de uma equipa multidisciplinar trabalhando em parceria com outros serviços deve demonstrar um genuíno interesse nos pacientes, um forte senso de responsabilidade, paciência, tacto, bom senso, destreza e vontade de adquirir novos conhecimentos.