Os dispositivos eletrónicos cardíacos implantáveis surgem nos anos 50 com o objetivo de tratar alterações do ritmo cardíaco, nomeadamente situações de bradiarritmia e de taquiarritmias, contribuindo para aumentar a qualidade de vida dos pacientes assim como reduzir a taxa de mortalidade inerente a estas situações.
O pacemaker é um dispositivo eletrónico cardíaco implantável (DECI), hermético e com a capacidade de emitir estímulos a uma determinada frequência garantindo assim a contração do musculo cardíaco. Os impulsos elétricos alcançam o coração através de um ou mais eletrocatéteres implantados dentro das câmaras cardíacas direitas (estimulação endocárdica), podendo também serem implantados através do seio coronário ou por toracotomia, para estimulação do Ventrículo esquerdo e/ou aurícula esquerda (estimulação epicárdica).
Na implantação do pacemaker, o Cardiopneumologista integra uma equipa multidisciplinar, constituída por médico arritmologista, enfermeiro e técnico de radiologia. As funções do Cardiopneumologista são diversas e abrangem desde a preparação do material e monitorização do paciente, até à avaliação do correto posicionamento do(s) eletrocatéteres e programação do dispositivo.
Outros DECIs que se implantam são os dispositivos de ressincronização cardíaca com ou sem desfibrilhação associado em situações de Insuficiência Cardíaca, os Cardioversores-Desfibrilhadores implantáveis (CDIs) em situações de prevenção de morte súbita cardíaca de causa arrítmica e de registadores de eventos implantáveis para esclarecimento da sincope de causa desconhecida ou para monitorização de arrítmias paroxísticas.
A consulta de seguimento dos DECIs tem como principal objetivo a identificação de disfunções e/ou pseudodisfunções do sistema, avaliação e otimização dos parâmetros de programação de acordo com o status clínico do paciente contribuindo para melhorar a sua qualidade de vida e aumentar a longevidade da bateria do dispositivo.